*Franklin Jorge
Quando Nasceu?
Aos 16 de novembro
de 1971, data do 49º aniversário de José Saramago.
Onde?
Na Maternidade
Almeida Castro, em Mossoró-RN, pelas mãos de Rosado Cantídio e Vicente Morais.
Como se chamam seus pais?
Laíre Rosado Filho
e Sandra Maria da Escóssia Rosado.
De onde são?
De Mossoró.
O que você herdou do seu pai?
O gosto pela literatura, a hiperatividade e, às vezes, a paciência
diante dos
problemas.
O que você herdou de sua mãe?
A solidariedade
incondicional, a sinceridade nas divergências e, às vezes, o temperamento
forte.
Dê-me fatos para esclarecimento de herança.
Leio muito e por
diversos motivos (lazer, necessidade profissional, exigência acadêmica…
curiosidade!). Herdei esse prazer de meu pai, que sempre se faz acompanhar de
bons livros. “Quem lê”, diz ele repetindo um falecido tio, “nunca está
sozinho”.
Quem é você?
O eu que eu sou não
sabe se é realmente, vive a vagar em busca de identidade. O eu que eu gostaria
de ser, coitado, insiste em sonhar ilusões perdidas. O eu que os outros pensam
que eu sou é a frágil impressão da coletividade. Então, talvez eu seja apenas o
eu que eu mesmo desconheço.
Mais fatos.
Frequentei terapia
durante algum tempo, buscando uma espécie de autoconhecimento. Descobri coisas
importantes para a administração de minha vida, a exemplo da hiperatividade,
que me leva a fazer várias coisas ao mesmo tempo, além da mistura complicada
que transforma meu temperamento em algo imprevisível. Diante de um problema,
por exemplo, posso reagir com a diplomacia de meu pai ou com a energia de minha
mãe.
E sua infância?
Creio haver sido
igual à infância de qualquer menino interiorano de classe média, mas eu pensava
que detestava ser criança, sonhava em completar a maioridade e me tornar
independente, escrever meu próprio destino. Quando descobri que amava ser
criança, já carregava outra criança em meus braços.
Como brincava?
Participei de muitas daquelas brincadeiras maravilhosas que os jogos
eletrônicos aos poucos vêm substituindo. Cai no poço, telefone-sem-fio,
passarás, estátua, anjo do bem – anjo do mal, bandeirinha, cabra-cega, tique,
esconde-esconde.
Numa tal de salada mista, beijei pela primeira vez aquela que será a mãe de meu
terceiro filho.
Na fazenda de meu avô materno, a Mororó, a meninada tomava banho de barreiro,
fabricava brinquedos com imburana, ossos de animais e pedras, tirava leite de
vaca, cavalgava, andava de jumento, tangia a criação. Em Tibau, a cada janeiro,
eu e meus amigos nos dedicávamos a construir castelos de areia, tomar banho de
mar, encher garrafas com areias coloridas, a desbravar os mistérios do
“labirinto” e a ouvir as histórias de Tidó e de Ananias.
Quando deixou sua terra?
Saí pela primeira vez em 1984, quando me mandaram estudar em Natal, onde
morei alguns anos, até ser convidado a me retirar do colégio Marista. Em 1998,
mudei-me novamente para a capital, permanecendo até 2006, com intervalo de três
meses em 2001, época em que participei de um programa de intercâmbio na cidade
de Brighton, Inglaterra. Hoje, tenho dupla militância habitacional, meio na
Terra de Santa Luzia, meio na Cidade dos Reis Magos.
Que coisas tem feito?
Trabalhado muito e estudado mais ainda.
FONTE - NAVEGOS